A FIERGS vê com cautela o pacote de redução de gastos anunciado pelo governo federal.
Os cortes previstos são grandes, R$ 70 bilhões em dois anos, mas ainda incertos, pois alguns deles dependem de aprovação do Congresso Nacional. “A questão é: essas medidas serão mesmo colocadas em prática?”, indaga o presidente da FIERGS, Claudio Bier.
Segundo a FIERGS, providências são necessárias, pois as contas públicas estão no vermelho e o Brasil possui um rombo de R$ 1 trilhão, considerando os juros da dívida, e mais de R$ 245 bilhões de déficit sem contar os juros. “Isso mostra que o governo gasta muito mais do que arrecada”, enfatiza Bier. Algumas medidas são consideradas positivas pela FIERGS, mas ainda insuficientes, como o limite do reajuste do salário mínimo pouco acima da inflação, e cujo impacto nos gastos públicos ainda preocupa. O fim dos supersalários e o controle das emendas parlamentares também são necessários, mas sofrerão resistências, acredita a FIERGS. “O Brasil precisa de equilíbrio nas contas, pois sem controle dos gastos, a inflação aumenta, os juros ficam altos e o dólar sobe. Isso atrapalha os investimentos e o consumo, e prejudica, principalmente, os mais pobres. O governo precisa é gastar melhor, não apenas cortar”, destaca o presidente da FIERGS.
A entidade considera, ainda, que o governo misturou os assuntos e ao anunciar cortes de gastos e mudanças no Imposto de Renda ao mesmo tempo, confundiu e tirou o foco da discussão. São temas importantes, mas que deveriam ter sido tratados separadamente.
Comunicação FIERGS
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