Transição energética encerra Jornada Nacional de Inovação no RS

Em sua última parada no Rio Grande do Sul, a Jornada Nacional de Inovação da Indústria levou o debate sobre a transição ecodigital para a Região Norte do estado. O encontro reuniu líderes industriais, empresários e autoridades nesta terça-feira (12), no Hub Aliança, em Passo Fundo, e destacou a importância da implementação de energias renováveis nas fábricas gaúchas. “Falamos muito de inovação, mas sofremos com problemas antigos: logística e infraestrutura. Nossos impostos são altos e a malha ferroviária é insuficiente, quando deveria ser parte da solução energética e ambiental do Brasil. Uma ferrovia bem estruturada é parte essencial da transição energética, pois reduz drasticamente o uso de combustíveis fósseis no transporte de cargas e melhora a eficiência logística. Precisamos de trechos cruzando nossos grandes polos”, enfatizou o vice-presidente do Sistema FIERGS na Região Norte, Jairo Alberto Zandoná, representando o presidente Claudio Bier na abertura do encontro.

A iniciativa é uma realização da Confederação Nacional da Indústria (CNI) e do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), em parceria, no Rio Grande do Sul, com o Sistema FIERGS. A Jornada percorrerá todos os estados brasileiros, preparando-os para o 11º Congresso de Inovação, em março de 2026, em São Paulo.

Para a presidente-executiva do Hub Aliança, Márcia Capellari, a verdadeira inovação se inspira no passado, visando um futuro melhor. “Estamos realizando esse encontro em um símbolo de transição energética para nós, o Moinho Riograndense. Na época em que estava ativo, já usava a casca dos grãos como biomassa para aquecer o processo de moagem, ou seja, fazia o que hoje chamamos de economia circular e energia limpa”, avaliou. “Queremos ser um verdadeiro moinho de competências humanas, com foco em ciência, educação técnica, inovação social e sustentabilidade”, explicou, reforçando a importância da Jornada de Inovação na revelação de iniciativas que estão atentas às novas exigências globais.

Na palestra Transição energética em uma região AgroInovadora, o diretor de Transição Energética e Relações Institucionais da Be8, Camilo Adas, dividiu o palco com o diretor de Geração e Comercialização da Coprel, Mateus Stefanello, e o diretor financeiro da Metasa, Sandro Kluge. Os painelistas contaram suas experiências e relataram ao público os desafios que abrangem essa temática. “Precisamos entender que a transição não acontece da noite para o dia. Exige tempo, infraestrutura, formação técnica, produção em escala e viabilidade econômica”, afirmou Adas. Ele relatou que um futuro 100% elétrico é pouco provável a curto prazo, entretanto, se trata de um investimento necessário para a sociedade, as empresas e o planeta. “Nós já encontramos soluções viáveis no curto prazo, como o etanol de trigo e o HVO (óleo vegetal hidrotratado). São alternativas que podem substituir combustíveis fósseis em motores existentes, sem grandes alterações. Essas representam uma transição energética possível, com base nos recursos que temos hoje. O futuro verde será diverso, distribuído e adaptado a cada realidade local. Então, é fundamental nos mantermos atentos às oportunidades que surgirem”, reforçou.

Fechando a programação, o superintendente de Projetos de Inovação da CNI, Carlos Bork, mediou o painel Desafios e oportunidades da transição Ecodigital no RS, com as empresas Saur, Focking e Kepler Weber. À tarde, ocorreram dois workshops simultâneos: um sobre o acesso a iniciativas de fomento à inovação, e o outro, sobre a gestão da inovação.

PRIMEIROS PASSOS NO RS E FUTURO

A Jornada de Inovação abriu seus trabalhos no Tecnosinos, em São Leopoldo, sendo palco o debate sobre a necessidade de consolidação da cadeia tecnológica brasileira. A segunda parada, sediada no Tecnopuc, em Porto Alegre, centrou sua atenção em quem faz a inovação acontecer, as pessoas. Já o encontro em Caxias do Sul, realizado no Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico (Simecs), focou no papel fundamental das pequenas e médias indústrias (PMIs) no fortalecimento do setor como um todo.

Após Santa Catarina e Paraná também passarem pelas etapas estaduais, os gaúchos definirão seus representantes para o encontro da Região Sul, que ocorrerá em Florianópolis, entre os dias 11 e 12 de setembro. No total, estão previstos 27 encontros estaduais e cinco regionais, culminando na etapa nacional.

Comunicação da FIERGS